Escrito por Stephen Yu, Hollie Moat e Joseph Furness
Traduzido e adaptado por Pamela Puglieri
O primeiro costureiro de todos foi britânico. Charles Frederick Worth trabalhou em Paris, mas ele nasceu em Bourne, Inglaterra, em 1825, antes de ir para a capital francesa para se tornar o designer favorito da corte de Napoleão III, onde se baseou na história do figurino para criar vestidos elaborados e luxuosos. Nos últimos 150 anos, a moda foi muito além do tule e dos espartilhos de seda de Worth, e alguns dos movimentos de estilo mais progressistas foram atribuídos a estilistas britânicos. Eles foram os responsáveis pelos anos sessenta e pelo punk.
Então, em homenagem à longa tradição e contribuições da Grã-Bretanha ao mundo da moda, pensamos em dar uma olhada em alguns dos designers de moda mais influentes que o Reino Unido já produziu...
MOLLY GODDARD
A estilista britânica Molly Goddard entrou no cenário da moda de Londres por volta de 2015 com seus grandes, ousados e lindos vestidos de tule que incentivam mulheres poderosas em todo o mundo (incluindo Villanelle de Killing Eve) a entrar em contato com sua princesa interior.
Ao longo dos últimos anos, Goddard provou que ela é muito mais do que apenas um pônei de um truque, criando uma variedade de roupas e acessórios dignos de hype – incluindo cardigans adornados com laços, bolsas de couro e blusas de manga balão. Quem sabe para onde ela levará sua marca homônima a seguir.
BIANCA SAUNDERS
Bianca Saunders, de vinte e poucos anos – vencedora do Grand Prix ANDAM 2021 – pode ter lançado sua marca de mesmo nome há quatro anos, mas o pessoal da moda já a considera uma das melhores estilistas do Reino Unido. Seu MO? Ela adiciona detalhes sofisticados e sutis a peças minimalistas para criar peças de vestuário personalizadas com um toque diferente.
SAUL NASH
Informadas por uma seleção eclética de inspirações – da dança à masculinidade moderna ao nordeste de Londres – as coleções de Saul Nash são invariavelmente ultramodernas e não convencionais. Normalmente, as peças criadas pelo ex-aluno do CMS são feitas com tecidos técnicos para esculpir o corpo.
O estilista britânico é conhecido por exibir suas roupas esportivas sofisticadas por meio de filmes de moda. O filme de Saul Nash de 2021 'Twist', dirigido por Fx Goby, mostra a coleção AW21 de sua gravadora enquanto conta uma história essencial de aceitação.
CRAIG GREEN
A carreira de Craig Green começou com um estrondo. Sua introdução ao mundo da moda foi através de uma coleção AW13, completa com esculturas de madeira como máscaras, muito amada pela imprensa, mas ridicularizada pelo Daily Mail e por David Gandy, que jamais perde uma semana de moda. No entanto, a opinião dos especialistas da indústria prevaleceu e seu próximo desfile levou os editores de moda às lágrimas e impressionou a Comme des Garçon ao exibir sua coleção de 2015 em um desfile no lendário Dover Street Market, em uma atitude sem precedentes para um recém-formado. Hoje, Green continua a mudar a cara da moda masculina com seus designs unissex e genderless que fundem roupas utilitárias com tecidos exóticos e abordagem conceitual.
VIVIENNE WESTWOOD
Vamos começar com indiscutivelmente a mais influente: não apenas a Dame Viv teve uma carreira que dura cinco décadas (até agora), mas ela também foi, junto com o seu parceiro Malcolm McLaren, responsável por todo um gênero da moda - o punk. Nos anos 70, inspirada pelo S&M, bondage e motociclistas, Vivienne Westwood começou a desenhar peças que incorporaram tartan, correntes e alfinetes, vendidos em sua infame loja Kings Road e usados por pessoas como Sex Pistols. Nos seus últimos anos, Westwood tornou-se mais conhecida por seus vestidos com espartilhos que abraçam as curvas femininas.
STELLA MCCARTNEY
Stella McCartney teve um começo difícil em sua carreira (e os gritos de nepotismo sofreram pelo fato de ela ter Kate Moss e Naomi Campbell como modelos em seu desfile de formatura), mas algumas temporadas em sua posição como diretora criativa da grife francesa Chloé ela atingiu seu posto com desenhos peculiares que eram sexy e femininos. Ao lançar sua própria marca homônima em 2001, ela adotou uma estética mais adulta e personalizada, atraindo uma clientela de celebridades de alto perfil, o que significa que seus vestidos tendem a ser itens de tapete vermelho. Uma coisa que sempre permaneceu constante, sendo vegetariana por toda a vida, é sua recusa em trabalhar com couro ou pele.
GRACE WALES BONNER
Grace Wales Bonner tem uma perspectiva única de sua cidade natal, Londres. Astutamente, a designer bi-racial usa sua visão para criar coleções modernas para sua marca homônima que se destaca da multidão.
Desde 2020, Bonner colaborou com a adidas para retrabalhar algumas de suas silhuetas mais populares – de agasalhos com três listras a tênis Nizza Lo. Suas musas improváveis para a coleção? Seu pai e seus amigos - membros elegantes da comunidade anglo-jamaicana que estavam no auge durante a década de 1970.
THOMAS BURBERRY
Uma das grifes mais antigas da Grã-Bretanha, a Burberry não começou como uma empresa de moda, mas ficou famosa por um tipo de tecido impermeável e resistente chamado gabardine, criado pelo fundador Thomas Burberry em 1870. O material era usado por oficiais do exército em seus uniformes e Roald Amundsen, o primeiro homem a chegar ao Polo Sul. À medida que o século 20 avançava, a popularidade dos Trench Coats aumentou e o xadrez clássico da marca foi, infelizmente, adotado pelos hooligans dos anos setenta. O nome de sua coleção de passarelas, Prorsum, é a palavra latina para 'forward' e isso só aconteceu em 2001, quando o estilista Christopher Bailey, nascido em Yorkshire, assumiu o reinado criativo - sua abordagem moderna do estilo clássico inglês impressionou os críticos e transformou a marca em um dos maiores hits da indústria. Agora, com Ricardo Tisci no comando, a Burberry assumiu uma sensação mais jovem com seu logotipo monogramado e o xadrez no centro do streetwear.
ALEXANDER MCQUEEN
Desde o início, enquanto era alfaiate de Savile Row, Alexander McQueen, nascido em Londres, realmente ganhou sua reputação como o 'hooligan da moda', atribuindo famosas obscenidades ao forro de um blazer para o Príncipe de Gales. Depois de estudar na Escola de Arte Central Saint Martins, ele foi descoberto pela icônica estilista Isabella Blow, que se apaixonou pela mistura de alfaiataria requintada e beleza delicada de seus desenhos. Em uma carreira controversa, ele popularizou as calças curtas, apelidadas de 'bumsters', estreou uma coleção chamada 'Highland Rape' e enfeitiçou a Givenchy antes de lançar sua própria linha no início do século XXI. McQueen tirou a própria vida em fevereiro de 2010 e foi sucedido em sua gravadora por sua ex-assistente Sarah Burton, cujas coleções desde então receberam elogios, além de ser responsável pelo vestido de Kate Middleton no casamento real.
CHRISTOPHER KANE
A ascensão do estilista escocês Christopher Kane à fama foi rápida, graças à sua coleção Primavera/Verão 07, que exibia vestidos esculpidos em tons de neon com detalhes brilhantes, e a estética de alta costura da era espacial foi um sucesso instantâneo. Kane foi contratado pela Versace para desenhar sua linha Versus, enquanto continuava sua própria marca homônima, que ele dirige com a irmã e musa Tammy. O que é interessante sobre Kane é que ele se recusou a se apoiar no visual bem-sucedido pelo qual já é conhecido e, em vez disso, a cada temporada vê um novo estilo, com as últimas temporadas vendo o experimento do designer com gótico, couro em relevo floral, tule e apliques em tons de arco-íris e metalizados.
MARY QUANT
Juntamente com o francês André Courrèges, Quant é um dos estilistas dos anos sessenta que recebe o crédito pela minissaia, uma peça que literalmente revolucionou o mundo da moda. Trazendo diversão e fantasia para a moda, Quant foi ideal para o terremoto jovem que abalou a Grã-Bretanha (embora ela tenha estabelecido sua loja em 1955, suas peças não decolaram até vários anos depois).
PAUL SMITH
Nascido em Nottingham, Paul Smith é um dos alfaiates modernos mais famosos da Grã-Bretanha e suas contribuições para a moda masculina lhe renderam o título de cavaleiro da rainha Elizabeth II. O estilista começou em sua cidade natal em 1970, quando abriu sua própria loja. Sua abordagem brilhante e inventiva para camisas e ternos fez com que o negócio se expandisse para Londres e eventualmente se tornasse uma marca global, com doze coleções diferentes que celebram a mistura do clássico com o excêntrico.
VICTORIA BECKHAM
De Posh Spice a designer de moda reverenciada, Victoria Beckham se reinventou com maestria e se transformou em uma designer e empresária aclamada comercialmente e pela crítica, deixando de lado o seu passado de líder da maior girl band da Grã-Bretanha. Sua coleção de estreia de apenas dez vestidos foi introduzida ao mundo em uma apresentação intimista e foi unanimemente descrita como impecável. Após ser pega usando Louis Vuitton falsificado, Victoria provou a seus críticos que é mais do que apenas a esposa de um jogador de futebol. Agora, 10 anos depois, Beckham montou um negócio próspero e respeitado com o qual poucos designers, muito menos celebridades, podem sequer sonhar. Suas malhas de cashmere com gola redonda e seus acessórios são peças-chave atemporais.
JONATHAN ANDERSON
Tal como acontece com muitos designers, o norte-irlandês Anderson divide seu tempo entre as personas JW Anderson de sua marca homônima e Jonathan Anderson da Loewe. Através de sua própria linha, ele colaborou com a Topshop antes de trabalhar para Donatella Versace em sua linha Versus e recebeu investimentos do grupo LVMH. Enquanto isso, sua reformulação da marca de luxo espanhola é um dos maiores triunfos da moda moderna, junto com a Celine de Philo e a Gucci de Michele. Em vez de descansar sobre os louros como os tecelões da realeza espanhola, a Loewe moderna, sob o comando de Anderson, tornou-se uma personificação da cultura, com cada loja representando um destino por si só: há obras de arte, design de interiores, moda e música de curadoria magistral. Mais importante, Anderson imbuiu a herança da Loewe, conhecida como a Hermès espanhola, com sua própria estética pessoal. Seus designs que confrontam a ideia de gênero definiram os rumos da moda atual ao possibilitarem que homens desfilassem nas passarelas em saias e peças de renda.
SIMONE ROCHA
A Síndrome dos Pais Famosos pode ser uma maldição, mas assim como Stella McCartney, Simone Rocha a transformou em uma superpotência. Seu pai é o famoso estilista irlandês John Rocha, nascido em Hong Kong, e foi em seu estúdio que a jovem Simone se formou como estagiária dos 13 aos 18 anos. Estava claro que a moda estava em seu sangue. Agora, como mãe e contando com uma grife de moda completa, Simone Rocha possui uma abordagem de design caracterizada por dar um toque contemporâneo à feminilidade tradicional, levando uma energia moderna a detalhes românticos como rendas, pérolas e véus ao explorar tons masculinos. Sabe os vestidos com babados e mangas bufantes que você tem visto nas ruas? Eles são obra de Simone.
SAMUEL ROSS
Em um universo paralelo, Samuel Ross de A-Cold-Wall estaria trabalhando em algum lugar das Midlands, mas estamos felizes que isso não aconteceu. Depois de entrar em contato com Virgil Abloh, Ross recebeu um papel de assistente na Off-White que o traria de volta à sua cidade natal, Londres. Foi lá que ele deu início à A-Cold-Wall, uma marca com peças que muitos chamam de "streetwear", quando na verdade elas são muito mais que isso. Com a ACW, Ross combina sem esforço a funcionalidade e as peças utilitárias com uma abordagem conceitual. As roupas são construídas com tecidos duráveis, como lã em combinação com materiais mais estéticos, como polímeros transparentes, enquanto bolsos e aberturas com zíper são encontrados ao lado de formas e recortes esculturais. Um olhar para o futuro, definitivamente.
MARTINE ROSE
Martine Rose é a designer por trás da mudança nas silhuetas que tomou conta do mundo da moda nos últimos anos. Ela é a razão pela qual todos trocaram seus jeans skinny por algo mais desleixado. Sim, depois de sua estreia em 2007 com uma linha de camisas, Rose foi contratada por Kanye West para trabalhar em sua coleção Yeezy. Depois disso, seu trabalho chamaria a atenção do colega de Yeezy, Demna Gvasalia, que a levou consigo ao assumir o comando da Balenciaga. As proporções distintas de Rose estão por trás da visão de futuro compartilhada por ambas as marcas: a estética oversized que prevalece ainda hoje. Desde 2017, Rose se concentrou em sua própria linha, que é amada por suas referências à subcultura britânica e seus desfiles em locais pouco convencionais, como centros de escalada e mercados do leste londrino.
DANIEL LEE
O estilista mais badalado do momento e a mente por trás de uma das marcas de maior sucesso de 2019, Daniel Lee saiu da relativa obscuridade em 2018 para se tornar o designer-chefe da Bottega Veneta. Sua reforma desta marca de artigos de couro luxuosos, direcionada para peças marcantes, mas fáceis de combinar, fez com que ela se tornasse a mais procurada do mundo da moda e, dado o histórico de Lee, podemos ver o porquê. Daniel foi o diretor de design RTW de Phoebe Philo na Celine, o que deixou os fãs da "velha Celine" muito satisfeitos, pois a Bottega Veneta está fortemente cotada para se tornar a Celine 2.0. Suas reinterpretações da bolsa trançada exclusiva da Bottega Veneta, saltos de couro e a bolsa hobo estão entre os itens mais essenciais desta temporada, e estamos ansiosos com o que está por vir.
Sobre a FARFETCH
A FARFETCH é a principal plataforma global de tecnologia para a indústria da moda de luxo. Fundada em 2007 por José Neves pelo amor à moda e lançada em 2008, a FARFETCH começou como um mercado de comércio eletrônico para boutiques de luxo em todo o mundo. Hoje, o Marketplace FARFETCH.com conecta clientes em mais de 190 países a itens de mais de 50 países e mais de 1.300 das melhores marcas, boutiques e lojas de departamento do mundo, proporcionando uma experiência de compra verdadeiramente única e acesso à mais ampla seleção de luxo, com produtos certificados e originais, em uma plataforma singular.
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