Apesar de as jaquetas já existirem desde a Idade Média, foi somente em meados do século 19 que alguns modelos de jaqueta feminina passaram a ser produzidos. Mas naquela época nem se imaginava a variedade que o mercado da moda viria a oferecer em um futuro próximo.
Tudo começou com a Primeira Guerra Mundial, quando jaquetas de couro no estilo bomber foram criadas para vestir os pilotos alemães. Já no final dos anos 20 e início dos anos 30, o modelo ganhou um novo design para servir aos aficionados por motos Harley-Davidson.
No início, era o couro
Batizada de “Perfecto” em 1928, em homenagem à marca de charutos favorita de Irving Schott, designer que transformou o modelo em objeto de desejo, hoje a peça também é conhecida como jaqueta biker. Nos anos 50, ela se tornou um ícone de estilo ao ser incorporada aos looks de Marlon Brando e James Dean, conforme os atores interpretavam personagem rebeldes no cinema.
Apesar de estarem historicamente mais associados ao público masculino, foi com a crescente importância do rock nos anos 60 que esses modelos de jaquetas de couro se tornaram parte de looks femininos, começando em subculturas como a Greaser. Nesse movimento, garotas da classe trabalhadora americana se inspiravam nas bandas rockabilly e, claro, a peça era fundamental.
A inspiração continuou viva durante as décadas seguintes, sendo adaptada em novas subculturas dos anos 70 e 80, como os punks e os góticos, que costuravam patches e rebites em suas jaquetas de couro preto, enquanto os fãs de glam rock adotaram a jaqueta jeans em seus looks extravagantes.
Hoje, a jaqueta de couro também se tornou um elemento-chave nas coleções de grifes que valorizam o estilo rocker, como a Saint Laurent.
Como usar neste inverno
Vale ficar de olho nos modelos em alta na estação e aprender com o styling das marcas mais desejadas. No desfile de primavera 2017 de Elie Saab, por exemplo, a jaqueta de couro rompeu padrões ao ser combinada com vestidos de gala.
Essa foi a mesma inspiração para a mais recente coleção de Jean Paul Gaultier, porém usando a jaqueta de matelassê junto a vestidos de alta-costura. A forma de usar, aliás, é o segredo para entender como funciona a jaqueta na moda do inverno 2018.
Um bom exemplo é o próprio matelassê, que costuma estar associado a modelagens esportivas e volumosas (pense nos looks preferidos das estações de esqui). Ele apareceu repaginado por Stella McCartney em uma versão mais ajustada ao corpo para o inverno deste ano. Já Alexander Wang, em sua coleção pré-outono, aplicou rebites em um modelo de jaqueta que imita o material. É um truque que acaba emprestando um toque transgressor à peça.
Já a Versace ensinou, em sua coleção de pré-outono, como usar jaqueta de inspiração militar com elementos delicados. A Marc Jacobs também seguiu esse contraponto entre masculino e feminino, dando um corte mais acinturado à jaqueta militar
Tendências no dia a dia
O volume também é uma das principais tendências e as jaquetas oversized são peças-chave deste inverno. Elas foram trabalhadas de forma nostálgica pela Versace para a primavera, com um perfume anos 80, e ganharam uma versão acetinada em tons de turquesa e roxo. É uma pitada de sofisticação que se combina ao seu corte amplo para passar longe de qualquer impressão de desleixo que as peças oversized possam causar. Tudo é uma questão de equilíbrio.
Já a Altuzarra, em seu desfile para a primavera 2017, optou por outra saída para provar que a mulher moderna não pode viver sem uma jaqueta no seu guarda-roupa: apresentou modelos com patches e broches. A tendência, que acompanha a inspiradora onda da moda customizada, é a melhor forma de deixar a peça com o seu jeito, independentemente do seu estilo.