Por Thais Farage
Não tem dupla mais entrosada que moda e rock! A sincronia é tanta que eu sempre fico em dúvida se foi o rock que influenciou a moda, a moda que influenciou o rock ou se é um pouco dos dois. Acho que vale começar lembrando que 13 de julho é o Dia do Rock, porque nesse mesmo dia, em 1985, rolou o festival beneficente Live Aid (quem viu o filme Bohemian Rhapsody vai se lembrar bem!) e aí virou mesmo uma data importante e simbólica.
Pra voltar pro nosso tema, vale lembrar que já tivemos a estética Rockabilly com Elvis Presley, nos apaixonamos por Marlon Brando e, pra sempre, a jaqueta de couro biker virou um símbolo do "estilo rocker". Não dá pra esquecer os terninhos slim dos Beatles - que foram revividos com louvor na era Strokes - e também não posso ser injusta com o movimento hippie que volta e meia vira tendência de novo e se manteve também firme em todos os festivais de música que vieram em seguida (ou você consegue citar um Lollapalooza ou Coachella sem os looks boho, versão atualizada do hippie anos 1970?).
Poderíamos continuar aqui a história da moda-rock com David Bowie, Kiss, Nirvana… mas peguei um atalho e cheguei no movimento punk. Vai desfile, vem temporada e tem sempre, pelo menos um estilista, totalmente apaixonado e influenciado pelo punk! De Valentino a Alexander McQueen, todo mundo se banhou nessa referência - que, vamos confessar, é mesmo sensacional. E como é bonito ver as releituras de cada maison, né? Dá pra ser punk e sofisticado, punk e romântico, punk e divertido… a Moda realmente é capaz de reinventar e dar nosso respiro a uma estética já tão conhecida.
Mas e aí, para além das tachas, correntes e jaquetas de couro, onde está o punk nos dias de hoje? Em vários lugares e tendências, mas escolhi falar das botas, mais especificamente, das Dr. Martens. Ícone absoluto já há algum tempo, a marca completou 60 anos em 2020, mas mudou completamente sua história e público nas últimas temporadas. A princípio, a marca foi criada por um médico - a ideia era ter solas confortáveis e duráveis para mulheres mais velhas; se transformou em uma bota usada por operários e policiais para, nos anos 1970, se tornar ícone da rebeldia com Sid Vicious. Nos últimos anos, Dr. Martens viu suas vendas dispararem ao se tornaram ícone de moda. Queridinha de Bella Hadid, Rihanna, Agyness Deyn a Raf Simons, e a lista é infinita!
Dá pra dizer, sem medo, que a Dr. Martens chegou no rock há muito tempo e se estabeleceu no mundo da moda recentemente. E não, não é uma tendência passageira, já conseguimos perceber que a bota de 8 furos virou uma peça atemporal, que funciona tanto em looks sofisticados quanto casuais. Além disso, a marca deixou de ter apenas a bota como símbolo e agora produz até sandálias. Atenta ao seu tempo, faz parcerias, desenvolveu uma linha vegana e segue com uma qualidade imbatível e um design impossível de ser imitado. E, como não poderia deixar de ser: quanto mais usada melhor, assim como toda peça de couro com pegada rocker.