Há filmes que se destacam pela trilha sonora, por uma cena inesquecível ou pelos atores de primeira. Já outros ficam marcados pelo figurino, com vestidos famosos que ditam tendência e acabam virando fontes de inspiração atemporais.
A trajetória dos vestidos inesquecíveis do cinema ganhou força com as atrizes Audrey Hepburn e Marilyn Monroe. Bonequinha de Luxo, por exemplo, já é por si só um fashion statement, mas o vestido Audrey Hepburn assinado pela Givenchy é o grande destaque da obra.
Brilho de época
Um filme mais recente lembrado por suas roupas é O Grande Gatsby (2013), que trouxe a elegância irreverente dos anos 20 para a telona e abocanhou o Oscar de Melhor Figurino em 2014.
A figurinista Catherine Martin vestiu a atriz Carey Mulligan com peças icônicas, como um modelo exclusivo de Miuccia Prada que entrou para o rol dos vestidos de filmes mais famosos de todos os tempos.
Com muito brilho e pedrarias, o vestido chandelier de Carey tem um corte mais solto e despojado sem perder a sofisticação, ideal para quem quer apostar em uma sensualidade menos óbvia.
É possível ainda incorporar a essência dos anos 20 a silhuetas que ressaltam as curvas. Exemplo disso é o vestido de gala de Kate Winslet em Titanic, que também tem influência flapper.
O modelo de Kate traz camadas que dão movimento e criam uma nova textura, valorizando a silhueta e, ao mesmo tempo, trazendo discrição ao caimento mais justo. Como um último arremate, o look da protagonista do filme de James Cameron também inclui luvas brancas e longas.
Sensualidade à tona
Se a ideia é investir com tudo na sensualidade, vestidos longos como o de Angelina Jolie em Sr. e Sra. Smith são ótimas fontes de inspiração.
Do pôster do filme ao tapete vermelho, a própria Angelina parece ter assimilado a essência do figurino, passando a adotar a fenda profunda como um must em seus looks. No Oscar de 2012, ela usou um modelo em veludo preto da Atelier Versace que rendeu assunto por dias.
Em Moulin Rouge!, Nicole Kidman também esbanja sex appeal em uma peça vermelha e longa, de corpete bem ajustado e babados na parte traseira, que dá volume e irreverência à personagem Satine. O figurino do filme foi uma colaboração entre Catherine Martin e Angus Strathie e rendeu mais um Oscar.
Ainda no quesito longo vermelhos, impossível deixar de fora a peça usada por Julia Roberts para ir à ópera em Uma Linda Mulher nos anos 90. O vestido combina elementos de vários outros modelos icônicos do cinema: é sensual como o rosa de Marilyn, traz a mesma inspiração clássica de Audrey e inclui a sofisticação das luvas de Kate em Titanic.
Do longo ao mini
Vale lembrar, porém, que nem todos os vestidos das telonas seguem esses mesmos preceitos. Em Instinto Selvagem, Sharon Stone chamou a atenção por usar (sem nada por baixo!) um mini branco de gola alta desenhado por Nino Cerruti e Ellen Mirojnick.
O design, bastante popular nos anos 1970, voltou às passarelas na cor prata na coleção de primavera 2017 da Versus. No ano passado, outros designers já vinham apostando na gola alta como tendência, especialmente quando acompanhada de babados no estilo elisabetano, como visto nos desfiles da 3.1 Phillip Lim e Zimmermann.
A morena e a loira
Desenhado por Hubert de Givenchy, o modelo longo de Audrey é considerado um dos vestidos pretos mais famosos da história. Acompanhado por um colar de pérolas da mesma grife, ele se tornou um ícone do cinema e foi leiloado por quase 930 mil dólares em 2006.
Seu design reto, longo e justo valorizou o corpo da atriz, enquanto o penteado alto e as luvas até os cotovelos garantiram a sobriedade e a elegância do look.
Esses detalhes, aliás, também estiveram presentes em uma peça semelhante usada por Marilyn Monroe em Os Homens Preferem as Loiras. Em cor de rosa, o modelo criado pelo designer William Travilla foi um dos vários vestidos marcantes usados pela loira.
Audrey e Marilyn tinham corpos bem diferentes, mas o comprimento longo e a cintura demarcada são os elementos importantes que fazem vestidos de festa com caimentos mais retos funcionarem para vários tipos de silhuetas.
Para quem prefere um look ainda mais sexy, o estilo cocktail que Marilyn usou em O Pecado Mora ao Lado é uma referência certeira. O modelo, conhecido como o vestido Marilyn Monroe, também foi criado por Travilla, que vestiu a atriz em oito de seus filmes.
Valorizando tanto a cintura quanto o busto, o vestido branco de tecido leve e saia plissada entrou para a história ao ser levantado pelo vento causado pelo metrô que passava abaixo da cena.
Apesar da sensualidade, porém, a peça não deixa de ser chic e pode servir de inspiração mesmo em outras cores, como a versão em vermelho com cinto grosso que Kelly LeBrock usou em A Dama de Vermelho na década de 80.
Através das décadas, os vestidos icônicos do cinema vêm ensinando que uma peça se torna clássica justamente por conta da combinação certa de ousadia e elegância, pensada sempre conforme a silhueta de cada atriz. Assim, independentemente do seu estilo ou biótipo, a telona sempre poderá ser uma grande referência na hora de escolher um look arrebatador.