Recém chegada à Givenchy, Clare Waight Keller é a mais nova diretora criativa da icônica grife, sucedendo um período de doze anos de liderança de Riccardo Tisci.
Já em sua coleção de estreia, a estilista inglesa mostrou a que veio, misturando sua assinatura própria com referências tiradas do rico arquivo da maison francesa.
No topo da moda
Formada em artes, Clare entrou para o universo da moda após completar seu mestrado em tricô na Royal College of Art, em Londres, e passar a fazer parte da equipe de criação da Calvin Klein, em Nova York.
Em seguida, a estilista transferiu seu talento da moda feminina para trabalhar na linha masculina Purple Label da Ralph Lauren. Em 2000, Clare entrou para a Gucci como designer sênior das coleções femininas e acessórios.
Por lá permaneceu durante mais quatro anos, antes de se tornar diretora criativa da Pringle of Scotland, onde iniciou um movimento de mudança e reinvenção da tradicional marca que foi um sucesso de crítica.
Com um currículo tão impressionante, não é surpresa que, em 2007, ela tenha sido nomeada designer do ano na categoria cashmere do Scottish Fashion Awards. Pouco depois, em 2011, a estilista se mudou para Paris com o desafio de liderar a Chloé, combinando seu estilo com a identidade romântica, feminina e radiante da marca.
Marcando presença
No comando da Givenchy, Clare faz história ao ser a primeira mulher responsável pela direção criativa da grife. Sua estreia aconteceu com o aguardado desfile de primavera/verão 2018 na Semana de Moda de Paris.
Com uma primeira fila estrelada, atrizes como Cate Blanchett e Julianne Moore marcaram presença para testemunhar a forma como a designer transferiu o estilo punk de Tisci para uma alfaiataria de ombros fortes e cinturas marcadas, presente, por exemplo, no cobiçado blazer Givenchy.
Clássica, a nova identidade da moda Givenchy lançou mão de uma paleta de cores neutras, dominada pelo preto, marinho, branco e vermelho.
Segundo a designer, sua chegada à grife parece ainda mais certeira do que sua passagem pela Chloé: “As pessoas me conhecem por conta da Chloé, mas antes disso eu vivi em Nova York e vesti preto por 10 anos”. É por isso, então, que Clare traz entre as suas inspirações o couro dos motoqueiros dos anos 70, visto em jaquetas e sobretudos.
Futuro no passado
Neste primeiro momento, a estilista voltou seu olhar para o passado da marca – fundada por Hubert de Givenchy, ela cresceu caracterizada por seus rascunhos dinâmicos, onde os ombros eram o ponto focal.
Em sua estreia, a designer resgatou tanto a estampa de trevos de 1961 quanto o animal print de 1981. Uma semana antes de revelar sua coleção nas passarelas parisienses, Clare ainda teve a oportunidade de se encontrar com o próprio Givenchy e receber a aprovação do mestre.
Mesmo com um novo olhar, a designer não deixou de prestar homenagem à tradição de ombros demarcados e estampas fortes, vista nos vestidos Givenchy que ganharam ares renovados com botas de cowboy.
Novos rumos
Clare dava pistas de sua visão para a Givenchy já em seu primeiro trabalho para a grife, uma campanha fotografada por Steven Meisel e que recebeu o nome de Transformation Seduction.
Pelo título, era possível adivinhar que a estilista romântica e feminina da Chloé ressurgiria em sua nova aventura com um estilo mais forte e sofisticado, retomando as raízes da maison francesa.