Uma frase resume bem o estilo da Proenza Schouler: “Se alguém quiser preto e alguém quiser branco, vamos fazer cinza. Temos que encontrar algo intermediário”.
A marca americana foi fundada em Nova York em 2002 pelos estilistas Lazaro Hernandez e Jack McCollough – e batizada com o sobrenome de solteira da mãe de cada um. Ela mescla sofisticação e cultura jovem em seu DNA, fincando bandeira na moda cool & chic que faz a cabeça das downtown girls americanas – e da turma que segue essa cartilha.
Cria da Parsons School of Design, uma das maiores faculdades de moda do mundo, a dupla conquistou o sucesso de cara, tendo a primeira coleção, ainda enquanto estudantes, vendida inteiramente para a Barneys. Desde então, não saíram dos holofotes, abocanhando, inclusive, importantes prêmios do setor.
A emblemática PS1
Só de CFDAs, a maior premiação da moda americana, foram cinco: Novos Talentos em 2004, Designers de Acessórios em 2009 e Melhores Designers de Moda Feminina em 2007, 2011 e 2013.
Mas se eles não demoraram nada para conquistar a crítica, incluindo Anna Wintour, a todo-poderosa diretora da Vogue americana, foi com o lançamento das bolsas Proenza Schouler que o mundo se rendeu – a PS1 consta na lista dos modelos de bolsas mais emblemáticos de todos os tempos das revistas Vogue e Paper Magazine.
“Lançar a PS1 e a PS11 foi crucial para o nosso sucesso. Criamos a bolsa PS11 em 2009, quando a economia estava mudando e abrimos a marca para uma audiência muito maior”, diz Lazaro Hernandez. “Bolsas são democráticas em todos os sentidos, desde os tamanhos disponíveis até o fato de que é possível usá-las todos os dias. Ainda é surreal ver tantas garotas carregando as suas pelas ruas.”
Acessórios-desejo
Entre as fãs dos acessórios da Proenza Schouler estão ícones de estilo como Dakota Fanning, Emma Roberts e Chiara Ferragni, todas devidamente fotografadas com versões diferentes das bolsas clássicas da grife.
Mais despojada, a PS1 tem ares de pasta escolar, enquanto a PS11 conta com alça e ferragem, em tamanhos que vão do grande ao míni. Soma-se a isso a imensa variedade de cores, texturas e materiais e voilà: temos a receita de it bags desejadas e versáteis.
E, claro, os sapatos Proenza Schouler seguem a mesma linha contemporânea e rica em detalhes, com saltos em formato vírgula e mix de matérias-primas – preste atenção nos mules e nas botinhas.
Chic sem fazer esforço
Ex-estagiários de grandes nomes da moda americana – Lazaro Hernandez trabalhou com Michael Kors e Jack McCollough com Marc Jacobs – não é de se estranhar que eles tenham aprendido bem a lição do “American way of dress”.
Prova disso é que, além de acessórios emblemáticos, que carregam o espírito urbano, a dupla é responsável pela linha PSWL (Proenza Schouler White Label), repleta de bons básicos. A campanha traz a musa do cool Chloë Sevigny com ótimos jeans com cadarços, calças camufladas, suéteres e espadrilles de oncinha.
“A Cholë tem um estilo icônico e inspirador. Foi a primeira pessoa em que pensamos ao criar a PSWL”, dizem os estilistas. Isso porque a atriz é a personificação da mulher Proenza Schouler: usa as melhores roupas e acessórios sem fazer o menor esforço.
Moda & mensagem
Outra característica – e parte do sucesso da dupla – é compreender bem o zeitgeist, ou o espírito do tempo em que vivem. Da mesma maneira que eles criaram it bags sem logos aparentes em um momento em que ostentar não era nada cool, recentemente lançaram mão de modelos trans para um catálogo.
“O mix pareceu correto e a mensagem de diversidade é bem contemporânea. A coisa toda parece a Nova York que conhecemos”, explicaram sobre a escolha de Stav Strashko, Marcs Marcus e Torraine Futurum.
E, claro, a moda segue sendo protagonista: dos vestidos Proenza Schouler assimétricos à PS11 estruturada, passando pelas botas com cadarço, não há nada nos cliques do fotógrafo Ethan James Green (responsável pelo lookbook da marca) que não seja objeto de desejo, não importa seu gênero.