ícones de estilo e influenciadoressábado, 15 de abril de 2017

Estilo kitsch e seu ícone Iris Apfel

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Ela já foi tema de exposição no Costume Institute, do Metropolitan Museum, personagem de um documentário, Iris, homenageada pelo Le Bon Marché Rive Gauche, em Paris, e garota-propaganda de marcas de moda e beleza. Aos 95 anos, Iris Apfel é considerada um dos maiores ícones do mundo, sinônimo de estética vanguardista e estilo kitsch.

 

Nascida em Nova York em 1921, a decoradora Iris Apfel conserva um estilo particular que reflete não só suas escolhas de looks, mas também sua visão de vida. “Eu gosto de pessoas originais, que expressam quem são, sem ficar presas a tendências”, diz.

 

Na prática, isso significa que ela mantêm por 50 anos basicamente as mesmas escolhas que combinam com sua personalidade, um misto de kitsch style e avant-garde.

 

Mais é demais

 

Fã de estampas e cores fortes, que aparecem na sua casa e na marca de decoração que fundou ao lado do marido, a Old World Weavers, Iris mistura elementos de diferentes períodos e países, além de investir na arte kitsch. Suas peças incluem estátuas de cachorro que servem de suporte para suas centenas de bijuterias.

 

Sim, além das roupas extravagantes, a decoradora tem um amor declarado pelos acessórios, fazendo deles sua marca registrada: as armações de óculos grossas e redondas e os enormes complementos – muitos colares e pulseiras usados ao mesmo tempo. “Coleciono bijuterias desde os 11 anos. Imagina a quantidade que tenho.”

 

Para completar, conserva os cabelos brancos, capricha na máscara para cílios e não abre mão do batom vermelho. “Acho que foi Chanel quem disse que nada deixa uma mulher mais velha do que tentar desesperadamente parecer mais jovem.”

 

Hi-lo

 

Embora seja adepta de um visual único e impactante, Iris Apfel, boa apreciadora que é, também sabe o valor dos clássicos, usando no dia a dia muito jeans vintage Levi’s, jaquetas perfecto e trench coats – tudo com um detalhe inusitado, como era de se esperar.

 

Outra característica marcante é a mistura de grifes, bem antes do hi-lo virar a fórmula mais buscada por fashionistas. Iris investe em peles de 5 mil dólares combinadas com camisetas que compra em pacotes de três, ou mistura Lanvin e Nina Ricci, algumas de suas marcas favoritas, com artigos que garimpa em mercados de pulgas. E vai de tênis a botas de cano alto com a mesma desenvoltura.

 

Tudo isso sem perder seu consagrado senso de humor. “Ela é um exemplo espetacular de como a moda pode ser alegre e divertida”, diz o estilista Alber Elbaz.

 

Mais bom humor, por favor

 

Profunda conhecedora do significado de kitsch e cercada de elementos inusitados, tanto na moda quanto no décor, Iris Apfel admite que gosta irreverência, não importa em que. “Existe uma diferença entre ser infantil e manter uma qualidade que é infantil. Sou bem crescida em uma série de coisas, mas acho que isso é tão triste – é bom manter um senso de maravilha.”

 

O termo kitsch, de origem alemã, é usado para descrever objetos, obras de arte ou design de mau gosto, vulgares, de grande apelo popular ou sentimentais em excesso. Ao longo das últimas décadas, porém, o estilo passou a ser apreciado com uma certa ironia e bom humor.

 

Assim, o pensamento de Iris se encaixa perfeitamente na arte kitsch, que ganhou status cool na pop art graças a artistas como Andy Warhol, Roy Lichtenstein e Richard Hamilton, que incorporaram ícones populares em suas obras, sempre de um jeito divertido – antes disso, o kitsch era visto somente como algo pejorativo.

 

Depois dos anos 80, a estética ganhou ainda mais força e aparece no trabalho de grandes artistas, como Damien Hirst e Jeff Koons. Na moda, um dos melhores representantes do kitsch style é o estilista Jeremy Scott, que impregna a Moschino com referências divertidas e populares, como Barbies e Bob Esponja. 

 

Ser diferente é legal

 

“Eu acho que as pessoas gostam de mim porque eu sou diferente. Eu não gosto de todo mundo, as pessoas estão tão presas na pior parte da tecnologia atual. Elas vivem a vida apertando botões, não usam a imaginação”, diz Iris Apfel com franqueza quase ácida sobre o hábito das novas gerações de não desgrudarem dos smartphones.

 

Destemida, iconoclasta e decididamente quebradora de regras, a decoradora de interiores, responsável pelo décor de lugares como a Casa Branca, não segue qualquer manual de estilo, especialmente no que diz respeito à idade.

 

“Conheço pessoas que têm 30 anos e parecem ter 97. Não acho que estilo tenha a ver com números. Só porque você está em seus 90 anos não quer dizer que tenha que usar roupas largas e cinza. Basta você observar o que é apropriado para o que está fazendo, como vive e qual é o seu estilo." Sábias palavras de um ícone de estilo que transcende gerações.

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