ícones de estilo e influenciadoressexta-feira, 16 de abril de 2021

Legado do estilista Simon Porte Jacquemus

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Quem acompanha de perto a moda internacional – ou vive de olho nas redes sociais – já deve ter se deparado com esse nome: Jacquemus, o novo queridinho do Instagram e do fashion business.

 

Com apenas 28 anos e sem nenhuma formação acadêmica, o francês Simon Porte Jacquemus tem atraído a atenção de grandes players – Pierre Cardin (aos 95 anos) já esteve em sua primeira fila – e conquistado o aval de fashionistas de peso como Beyoncé, Rihanna e Selena Gomez, entre outras.

 

O segredo dele? Conseguir transpor para as roupas um ar solar e sexy do sul da França, sua maior inspiração, e ao mesmo tempo brincar com elementos quase surrealistas, vistos nos grandes chapéus e sapatos Jacquemus, por exemplo. “Queria criar algo para essa nova garota francesa que eu não via na passarela: a garota que consegue ver poesia moderna em uma camiseta branca.”

Musa-mor

 

Batizada com o sobrenome de solteira de sua mãe, a Jacquemus é uma espécie de homenagem constante à Valérie, que morreu aos 42 anos em um acidente de carro, quando o fashion designer tinha apenas 18.

 

O desfile de verão 2018, por exemplo, foi totalmente inspirado nela (inclusive no nome) e pode ser considerado o divisor de águas na trajetória da marca internacional – depois dele, o mundo voltou os olhos para Simon, que estreou aos 19 anos na moda, puramente por instinto.

 

“Perguntei para uma costureira quanto sairia para fazer uma saia e ela respondeu: 150 euros. Negociei por 100 e no dia seguinte voltei com o tecido e o desenho. Foi assim que comecei a minha primeira coleção. Foi tudo muito espontâneo”, diz ele, que havia feito uma saia de cortina para a mãe durante a infância.

 

Escola informal

 

Soma-se a essas lembranças e a uma certa nostalgia pela França tranquila e colorida de seus primeiros anos de vida – ele é de Mallemort, um vilarejo com pouco mais de 6 mil habitantes – o trabalho em uma loja da Comme des Garçons, que ajudou a despertar seu lado mais criativo.

 

“Eles me ensinaram sobre roupas, como me sentir seguro comigo mesmo e como abordar clientes.”

 

Não por menos, hoje, ele tem o apoio de Rei Kawakubo e Adrian Joffe, presidente da marca. “Nunca vi alguém com ideias tão claras do que quer alcançar”, diz Joffe.

Sensualidade despretensiosa

 

A Jacquemus surpreende a cada desfile – Simon já apareceu descalço e já deu jalecos para a plateia com o intuito de que todos prestassem atenção apenas em suas roupas.

 

Mas uma coisa é certa: sua moda é desconstruída, com ótimas amarrações, distorções e assimetrias, que transitam entre o conceitual e o comercial, sempre valorizando a silhueta feminina.

 

Pegue como exemplo os ótimos vestidos Jacquemus drapeados, que partem de uma base relativamente simples, com alcinhas, e vão criando volumes e distorções que valorizam as curvas ao longo do corpo. Bônus: além do pretinho, há incríveis amarelos sol e um tom de areia muito sexy.

 

New job

 

Na última apresentação, na semana de moda de Paris, entre camisas Jacquemus, saias assimétricas e as tais t–shirts brancas perfeitas, usadas sem sutiã, um anúncio chamou atenção da plateia e tem gerado grande expectativa.

 

Simon Porte Jacquemus revelou ao final da apresentação que está de emprego novo – vai lançar uma linha masculina, que será apresentada em breve, terminando os rumores de que o new job seria em outra label – muita gente apostava que ele iria para a Céline ou Versace.

 

“Você pode ter um emprego novo na sua própria marca”, brincou o estilista, que já foi finalista (em 2014) e ganhou um prêmio especial (2015) do LVMH Prize. E, ao que tudo indica, deve abocanhar cada vez mais prêmios e espaço no mundo da moda.

Mini ou máxi?

 

 

Nada lembra tanto Jacquemus quanto as mini bags icônicas da marca. Ou será que são as maxibags? Não importa o tamanho: o segredo para Simon Portre Jacquemus é ser icônico nos dois extremos. 

 

As bolsas Le Chiquito do estilista se tornaram um verdadeiro sucesso desde o lançamento, tanto por seu design ultramoderno, quanto por seus tamanhos alternativos e apaixonantes. Jacquemus já afirmou: a menor versão do modelo é para ser usada muito mais como uma joia do que como uma bolsa. Que tal?

 

 

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