A história Valentino tem início nos anos 50, quando Valentino Clemente Ludovico Garavani, italiano nascido na cidade de Voghera, em 1932, se muda para Paris ainda adolescente para estudar moda. Na França, ele tem a oportunidade de aprender com os mestres Guy Laroche e Jean Dessès.
De volta ao seu país natal, Valentino abre o seu primeiro estúdio em Roma, na famosa rua Via Condotti. Alguns anos mais tarde, em 1962, sua primeira coleção é apresentada em Florença com um enorme sucesso.
Já em meados dos anos 60, Valentino figurava entre os estilistas favoritos das mulheres mais bem vestidas do mundo, como Jacqueline Kennedy. O estilista foi se tornando cada vez mais respeitado no mundo da moda, ganhando um rápido reconhecimento pelos seus vestidos vermelhos – em um tom que passou a ser chamado de "vermelho Valentino". Dentro de pouco tempo, o ícone fashion foi consagrado e seus designs se tornaram símbolos e são verdadeiras lições da alta-costura mundial.
Da Europa para a moda mundial foi um passo. A expansão internacional da grife ganhou força com a parceria estabelecida entre Valentino e Giancarlo Giammetti. Em 1967, o estilista ganhou o renomado prêmio Neiman Marcus Fashion Award, passando a dividir o seu tempo entre Roma, Florença e Nova York durante toda a década de 70.
Sua obsessão pelo vermelho deu nome a uma de suas linhas, Red Valentino, que propõe uma releitura contemporânea do estilo clássico da grife. Os vestidos Red Valentino traduzem o perfeccionismo das suas criações com peças em tecidos refinados e texturas elaboradas, além de toques luminosos e detalhes translúcidos.
A sofisticação dos designs apresentados ao longo dos anos pela grife também se estende aos acessórios. A linha mais recente de bolsas Red Valentino traz peças inspiradas na pop art que refletem o luxo característico da marca.
Tradição levada adiante
Em 2007, Valentino anunciou a sua aposentadoria em alto estilo, realizando seu último desfile em Paris com a presença de modelos lendárias, como Naomi Campbell, Eva Herzigova e Claudia Schiffer.
Hoje, Pierpaolo Piccioli figura como diretor criativo da grife e a história Valentino segue a passos firmes. Ao expressar influências da Era Vitoriana e do movimento Memphis, do final dos anos 70, a sua coleção outono/inverno 2017 foi marcada por vestidos longos e fluídos de manga comprida e gola alta, combinações sofisticadas de cores, como azul/cinza e vermelho/coral, silhuetas discretas, detalhes românticos com transparências, casacos com patchwork e colares de contas vermelhas com pingentes dourados.
Além de receber uma ótima recepção de público e crítica, Piccioli tem levado adiante o legado da marca. Para o designer, a conexão humana que dá vida à maison é a sua maior inspiração. Em suas próprias palavras: "Nenhuma inovação pode existir sem um profundo conhecimento da tradição."
Feminino e masculino
Os looks apresentados na coleção feminina outono/inverno 2017 fizeram jus à história Valentino ao celebrar as silhuetas icônicas da grife. Modelos românticos e discretos deram o tom do desfile. Para equilibrar o caimento solto das peças e os comprimentos na altura do joelho, Piccioli investiu em botas mais pesadas, criando um visual moderno e original.
Mas a grife Valentino também é um ícone fashion quando o assunto é moda masculina. Pierpaolo Piccioli assina as coleções masculinas da maison e sua apresentação para a temporada outono/inverno 2017 na Semana de Moda Masculina de Paris trouxe várias novidades.
Para criar uma linha em sintonia com a moda mundial, o estilista foi em busca do designer gráfico Jamie Reid, em Liverpool. Reid, que já trabalhou com a banda punk Sex Pistols, criou os slogans que foram bordados em casacos e bonés da grife, seguindo a mesma estética da capa do álbum Never Mind The Bollocks, Here’s The Sex Pistols, lançado em 1977.
A coleção masculina exibiu uma enorme variedade de peças de inverno, como casacos, capas, coletes, paletós, suéteres, jaquetas e sobretudos, com uma cartela cromática marcada por tons rosados, menta, caramelo, preto e vermelho.
Capas longas foram sobrepostas a paletós, compondo looks refinados e contemporâneos. Já as malhas e camisas usadas com jaquetas de couro e tênis exaltaram uma estética casual e sofisticada. As peças revelaram o caráter urbano do gentleman moderno que expressa a sua fragilidade como uma forma de vigor.
Identidade própria
A primeira campanha sob a direção solo de Piccioli, divulgada no início de 2017, foi fotografada em dois momentos por David Sims e mostra imagens do backstage do desfile de verão 2017 e retratos em preto e branco de sete modelos – entre elas a brasileira Lorena Maraschi e a veterana Christy Turlington, um ícone fashion que já havia posado para a grife em outras ocasiões, principalmente nos anos 90.
Mesmo se aposentando das passarelas, Valentino não abandonou o mundo da moda. Ao lado de Giancarlo Giammetti, ele participou da criação da nova La traviata, que estreou em maio de 2016 no Teatro da Ópera de Roma.
Valentino Garavani assinou os quatro vestidos da protagonista Violetta Valéry (interpretada pela soprano Francesca Dotto). Já o figurino do restante do elenco foi assinado pela Maison Valentino. A montagem conta com direção da cineasta Sofia Coppola, de Encontros e Desencontros e Maria Antonieta.
“Sempre quis desenhar para Violetta, uma mulher que, mesmo à beira da morte, vai a bailes com vestidos lindos e joias espetaculares”, disse Valentino na ocasião. Quem é rei nunca perde a majestade.
Rockstuds
Além da tradição na alta-costura, a Valentino também criou a sua própria tradição nos famosos Rockstuds.Os spikes dourados da marca ganham boa parte dos acessórios, como as bolsas Rockstud e os sapatos Rockstud.
Para a nova temporada, a aposta para os famosos Rockstuds foi a criação dos Roman Studs - uma versão maximizada dos spikes, que também adornam os acessórios mais desajados da Valentino.
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