O empoderamento se refere à confiança de ser você mesmo, de sentir-se livre para expressar a sua individualidade, estilo pessoal e valores.
Nesse texto cheio de inspiração, a empresária Alice Ferraz expõe a sua visão sobre o como a moda transmite esse empoderamento e como as marcas usam este espaço para transmitir mensagens, sejam elas explícitas através de suas criações artísticas, ou implícitas através do seu gerenciamento como empresa.
Por Alice Ferraz:
Vivemos em um momento de questionamento sobre o poder da forma como nos vestimos. As influências que temos, quem influenciamos…tudo isso está envolvido em uma atmosfera crescente e de reflexão sobre o que mostra a nossa personalidade. Até porque uma das funcionalidades das roupas, além da proteção e do adorno, é a expressão.
Acordar, vestir a persona Alice Ferraz que eu queria ser e ir trabalhar foi um passo fundamental. A verdade é que a moda me salvou de várias formas. E entender meu estilo me permitiu entender quem eu era e quem eu queria ser. Todos querem mostrar sua individualidade, ainda mais com esse "boom" da internet e da força do street-style, em que as pessoas ganharam voz para dialogar com públicos que se identificam com o seu lifestyle. Afinal, porque uma mudança no visual, na maioria das vezes, é o fio condutor de muitas outras mudanças. Isso acontece comigo também.
Como já comentei algumas vezes, a moda vem em um processo de quebra de paradigmas. O que era regra se transformou em um desafio e as fashionistas estão provando que não existe certo ou errado, mas formas e contextos diferentes para adaptar determinados itens - e as tendências esportivas, como o athleisure look, estão aí para provar que os tênis trainers já dividem espaço com peças de festa, por exemplo. É incrível perceber essa transformação!
Na passarela, algumas marcas vêm apoiando o empoderamento feminino do seu jeito. Maria Grazia Chiuri, que foi a primeira mulher a assumir o cargo de direção criativa da Christian Dior, investiu em uma série de manifestos para dar apoio às mulheres – das camisetas estampadas com frases do tipo "We Should all be Feminist" às campanhas de estética forte.
Na Saint Laurent, Anthony Vaccarello elencou um casting poderoso para seus desfiles e campanhas e trouxe as transparências e mais pele à mostra em sua coleção com ar 80's. As italianas Missoni, Fendi e Versace também fazem parte do time de marcas alavancadas por mulheres - a primeira tem Angela Missoni como diretora criativa da grife da família; Silvia Venturini Fendi foi a única herdeira a dar continuidade ao business fundado pelos avós; e Donatella Versace transformou completamente o conceito de sua marca, com power women em seus desfiles e roupas desejadas, em uma mistura entre alfaiataria e esporte com formas sensuais sem ser vulgar. Já Simone Rocha, estilista que eu adoro, foi eleita a mulher do ano pela Harper’s Bazaar inglesa.
A moda é o sistema que está dando seus passos para unir nós mulheres. No F*hits, acho importante que as nossas digital influencers sejam ponto de referência, não só de estilo, mas de estilo de vida, sucesso e que mostrem as suas conquistas. Gosto também de destacar esta união de forças nos eventos, palestras e workshops que participo ao redor do Brasil. É importante dar continuidade a este processo e incentivar outras mulheres a realizarem os seus sonhos. Das musas maravilhosas que inspiravam o mundo fashion, ainda mais nas décadas de 80 e 90, hoje temos uma legião de líderes que se únem para mudar o jogo. E acredito que estamos dando bons passos!