Temporada vai, temporada vem, e certas roupas femininas nunca perdem o status de clássicas ou coringas. É assim com os modelos de saias: eles aparecem nos mais diversos comprimentos e materiais e podem ser combinados com praticamente todos os tipos de tops e blusas. Para tornar a saia ainda mais versátil, alguns recursos de styling multiplicam (ainda mais) as possibilidades.
Um pouco de história
Nos anos 30, o glamour dos filmes de Hollywood influenciou os conceitos de feminilidade. Embora o comprimento das saias tivesse chegado aos tornozelos, os modelos eram moldados ao corpo por meio do corte enviesado, evidenciando os quadris.
A história da saia mudou na década seguinte, quando Christian Dior lançou a sua Corolle Collection na Paris de 1947. As roupas da linha que ficou mundialmente conhecida como “New Look” celebravam o retorno da figura da ampulheta, em contraste com a silhueta masculina das composições inspiradas em uniformes.
Entre os modelos de saia da moda da metade do século 20, o corte reto até o meio da perna criado pelo inglês Hardy Amies sucedeu, nos anos 50, a silhueta de ampulheta predominante até então.
Saia reta
Embora mais simples na forma do que as suas primas parisienses, a saia reta agradou às inglesas e ajudou a fazer com que a marca se tornasse uma das grifes de maior sucesso na época. Tanto que, em 1955, Amies foi nomeado costureiro da rainha Elizabeth II, posto que ocupou até 1989.
A partir deste modelo nasceria a famosa saia lápis, peça-chave no guarda-roupa feminino que conserva a feminilidade sem abrir mão da liberdade: ela pode ser usada com moletom, tricô, scarpin ou tênis, adaptando-se com naturalidade à personalidade de quem usa.
Evasê x godê
Vários outros modelos vêm fazendo sucesso nas últimas décadas e há uma vasta diversidade de saias da moda atual. Marcas como Alexander McQueen buscam a transgressão em um passado distante, como pode ser visto na coleção outono-inverno 2017 apresentada em Paris – saias compridas surgiram sob casacos alongados, deixando entrever rendas e bainhas assimétricas, ou coordenadas com blazers acinturados.
Já grifes como Gucci, Proenza Schouler e a brasileiríssima Isolda, apenas para citar alguns exemplos, apostam em modelos de saias que lembram a forma da letra A. Versátil, a saia evasê em comprimento médio pode ser usada com sandálias de salto, para um look mais formal, ou com tênis, em propostas mais despojadas.
A saia godê segue uma silhueta parecida, mas costuma ter pregas e mais volume. Ela transita confortavelmente do verão aos dias mais frios, podendo ser usada em produções com blusas de tricot e scarpin no outono e inverno. Para uma versão atualizada, faça como as marcas Stella McCartney, Balmain e J.W. Anderson e invista em modelos de comprimento mídi com a barra assimétrica, em tons neutros e fáceis de combinar.
Comprimento é documento
Aposta certeira para a meia-estação, a saia longa ressurge estampada, em mood tropical, ou ainda com estampas gráficas em cores básicas como o cinza e o branco. Par perfeito para anabelas e sandálias com salto de madeira, a saia longa ganha atualização imediata quando coordenada com sapatos oxford e brogues, além flatforms de amarrar, em looks ideais para o dia a dia na cidade.
E por falar em cidade, entre os modelos de saias que estão brilhando no street style está a saia mídi plissada e as estampadas Dolce & Gabbana. Investindo em feminilidade com uma proposta moderna – leia-se looks com moletom e botas de couro de cano médio.
Amarrações modernas
A saia envelope também vem sendo reinventada em coleções recentes de várias grifes, como a Kenzo. Modelos mais curtos, com cintura alta, estampa gráfica e amarração feita por fivelas metalizadas acrescentam ares urbanos à produção. Combine com tops e blusas minimalistas para um look descomplicado e ao mesmo tempo elegante.
Variação do modelo envelope, a saia pareô se diferencia da primeira pela amarração e se aproxima mais de um lenço que pode ser amarrado de forma frontal ou lateral. Alternativa prática à echarpe e ao panneaux, há versões prontas para uso, como alguns modelos da Osklen, que podem ser coordenados com blusas mais ajustadas, tops cropped e até camisas, caso a ideia seja quebrar o ar despojado da peça.
Seja qual for o modelo favorito, quando a questão é como usar saia, o que vale é levar em conta o estilo pessoal. A peça vai bem nos closets de todos os perfis, sem distinção. Mais democrática, impossível.