Com as temperaturas baixando e as viagens de inverno planejadas para curtir a neve, chega também a hora de investir em casacos quentes e resistentes, mas sem deixar de priorizar o estilo – o que é exatamente a proposta da moda Moncler.
As doudounes, jaquetas acolchoadas forradas de plumas, se tornaram a marca registrada da grife que conquistou os franceses e já faz parte do inverno parisiense há mais de meio século. Sua origem se deu em uma cidade dos alpes franceses, Monestier-de-Clermont, de onde se origina a abreviação Moncler. Foi lá que, em 1952, André Vincent e René Ramillon fundaram a empresa.
Fabricando moda
Criadas em 1954 com a intenção servir de uniforme exclusivo dos funcionários da empresa, as doudounes eram originalmente chamadas de boîte bleue, que significa caixa azul, por conta de sua modelagem quadrada.
Elas eram tão resistentes ao frio que passaram a ser usadas como roupa de ski, o que acontece até hoje. Foi justamente um alpinista francês, o premiado Lionel Terray, que popularizou a marca ao adotar a peça em suas aventuras no alto das montanhas europeias.
Por conta desse grande reconhecimento, o estilo Moncler masculino adotado por Terray chamou atenção de dirigentes olímpicos e a grife chegou a ser a fornecedora oficial de equipamentos esportivos da equipe francesa de esqui alpino durante as Olimpíadas de Inverno em 1968. Foi nessa mesma ocasião que ela passou a adotar a logomarca de galo tricolor.
Nos anos 80, com novas cores e modelagens, a Moncler ganhou um toque mais contemporâneo e que conquistou não só os desbravadores dos alpes, mas também os moradores das cidades que estavam à procura de novas combinações para suas roupas de inverno.
Acima de tudo, a moda Moncler ganhou força pelo fato de trabalhar com produtos de qualidade e trazer novidades para a moda inverno, tornando-se assim um dos clássicos franceses
Escalada de tendências
Para além das doudounes e jaquetas de matelassê. a grife também passou a produzir parkas masculinas em tweed, ganhando adeptos que vão desde membros da realeza, como o príncipe Pierre de Mônaco, até artistas hollywoodianos, como Penélope Cruz e Javier Bardem.
A Moncler inovou ainda ao incluir patches ou mesmo novas estampas no matelassê, tornando os casacos mais divertidos e modernos, como demonstrado pelo estilo Moncler Grenoble masculino e feminino.
Em 2003, quando Remo Ruffini comprou a empresa e se tornou seu novo diretor criativo, mais investimentos começaram a ser postos em prática. A começar pela Moncler Gamme Rouge, linha de moda feminina administrada inicialmente pela designer Alessandra Facchinetti e que, mais tarde, em 2008, passou a ser desenhada por Giambattista Valli. Foi nesse mesmo ano que a grife lançou a Moncler Gamme Bleu, linha masculina assinada por Thom Browne.
Parcerias certeiras
E foi exatamente trabalhando em conjunto com outros grandes nomes da moda que a Moncler ganhou ainda mais destaque – caso das coleções Moncler V e Moncler S, sendo a primeira uma parceria firmada com o designer japonês Hiroki Nakamura da Visvim.
Enquanto Nakamura propunha uma reinterpretação da moda francesa clássica dos anos 70, desenhando novas jaquetas de capuz com aplicação de pele, a Moncler S recebeu o olhar de Chitose Abe, fundadora da Sacai.
A grife também uniu forças com Virgil Abloh para lançar a moda masculina Moncler x Off-White, casando o espírito urbano e contemporâneo da marca americana com toda a tradição da grife francesa.
Além destes nomes, a história da Moncler reúne também o trabalho junto à Fendi em 2006, Comme des Garçons em 2007, bem como a grife alemã de óculos Mykita, com a qual lançou os modelos de óculos de sol Achille e Lino no final de 2011.
As peças, aliás, foram nomeadas como homenagem a Lino Lacedelli e Achille Compagnoni, os dois primeiros alpinistas que alcançaram, em 1954, o topo da K2, a segunda montanha mais alta do mundo.
No topo do mundo
Hoje, a Moncler tem se destacado também em seus lançamentos para as coleções de primavera, quando pode se aventurar para além da tradicional moda inverno e trabalhar com novas tendências e um estilo sportswear mais descolado e urbano.
Para este ano, a Moncler Gamme Rouge combinou tons fortes de vermelho com peças metálicas, de shorts a casacos, além de incluir vestidos e uma inspiração militar que se traduziu na passarela com quepes de soldado.
O mesmo vale para a Moncler Gamme Bleu e suas parkas recobertas de bolsos utilitários. Com uma paleta predominantemente cáqui e uma inspiração que transita entre o safári e o militar, a coleção masculina de primavera se distanciou bastante das clássicas doudounes criadas pela marca.
É exatamente assim que a Moncler segue provando que sabe se reinventar – apostando na versatilidade para manter seu espírito sempre relevante, não importa a estação do ano.